sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Décimo Primeiro Dia de Viagem (13 de fevereiro de 2007 – terça-feira). Trecho: De PIRACURUCA (PI) A BOM JESUS (PI). 861 km rodados em 10h41min. Tempo parado: 2h33min.Nossa intenção de visitar o Parque das 7 Cidades não se concretizou. O tempo amanheceu fechado, dando sinais de chuva, e o Parque só abriria às 9 h (horário de Brasília). Pelo sim e pelo não, diante da possibilidade iminente de chuva forte, resolvemos seguir adiante pela Transpiauí. Fizemos quase todo o percurso embaixo de um aguaceiro monstro. Parece mentira, mas naquele dia senti frio no Piauí. Chegamos a Bom Jesus às 18 h (17 h no horário local). Conseguimos ir ainda a uma concessionária da Yamaha para tentar descobrir porque minha moto estava bebendo tanto. Os mecânicos de lá nunca tinham visto uma XT 660. Tiraram muitas fotos ao lado da máquina, mas não me ajudaram em nada. Mesmo andando devagar naquele trecho, o consumo ficou em torno dos 18 km/l, contra 23 km/l da moto do Paulo.

Décimo Segundo Dia de Viagem (14 de fevereiro de 2007 – quarta-feira). Trecho: De BOM JESUS (PI) A BRASÍLIA. 1.177 km rodados em 13h44min. Tempo parado: 3h10min.
Tive um amigo piauiense, nos anos 80, que dizia ser impossível entrar e sair do Piauí sem atropelar uma cabra. Isso foi naquela época. Atualmente existe mais probabilidade de se atropelar um jegue que uma cabra. Êta muar amuado, esse tal de jegue! Animal ranheta! Não sai da frente de jeito nenhum. Pode-se buzinar, gritar, dar pontapé no traseiro... E o bicho não sai do lugar. As cabras, os bois, os porcos e os cães, pelo menos, têm a virtude de se assustar com o barulho da buzina. O jegue, não! Fica imóvel! Essa sim foi nossa maior conquista: trafegar pelo Piauí sem atropelar nenhum animal, particularmente o jegue.
Saímos de Bom Jesus às 4 da matina, com o hodômetro marcando 4.647 km rodados. Enquanto andamos pelo Piauí a estrada estava em excelentes condições (BR 153). Bastou entrar na Bahia para que o asfalto desaparecesse de vez. Muita terra e lama em um trecho de 25 km. Gastamos cerca de uma hora e meia para atravessá-lo. Havia um caminhão capotado e outro atolado no meio do nosso caminho.


(fotos das rodovias baianas. Há um caminhão capotado na primeira foto)

As estradas baianas são, definitivamente, as piores do País! Eu tive alguma experiência no passado de pilotar motos em trilhas de terra. Mas, no atoleiro, foi a primeira vez. A moto rebola o tempo todo e o motor morre de repente. Se usássemos a primeira marcha a coisa piorava. Meu pneu traseiro estava nas últimas e isso enegrecia o quadro. Foi uma vitória termos saído daquele lamaceiro sem levar um tombo. Passamos por Riachão das Neves (BA) e o asfalto ressurge muito ruim. Assim fomos até Barreiras, com a estrada para lá de precária. A partir dali a pista ficaria boa. Havíamos trafegado pela BR242 em nossa última viagem ao Nordeste, há 5 meses, e sabíamos que estava quase toda recuperada. Voamos acima dos 130 km/h nos 93 km que separam Barreiras de Luis Eduardo Magalhães. Nesta cidade, é imprescindível reabastecer a moto por causa do risco de ficar sem gasolina logo adiante. Na velocidade em que vínhamos o consumo da Xistelvina foi de apenas 13,9 km/l, contra 19 km/l da moto do Paulo. Já estava enfezado com esta situação! De Luis Eduardo até Brasília foi uma delícia. Asfalto em boas condições e pouco tráfego. Paramos nos arredores de Formosa para tirar a última foto da viagem. Separei-me de Paulo antes do posto Colorado e cada um seguiu para sua casa. Adentrei minha residência às 18h45, fechando exatos 5.766 km rodados desde nossa partida há 12 dias. O trecho percorrido entre Bom Jesus e Brasília foi nosso recorde de pilotagem diária: 1.177 km em um único dia. Neste dia 14 de fevereiro, demos por encerrado nosso projeto de varredura do litoral nordestino brasileiro, executado em duas etapas distintas que totalizaram 11.339 km em 27 dias de estrada.

CURIOSIDADES INÚTEIS RETIRADAS DAS ANOTAÇÕES DE VIAGEM

Fizemos 27 paradas para abastecimento em 26 municípios diferentes. Foram 56h48 de pilotagem (já descontado o tempo parado). O preço do litro de gasolina mais caro foi de R$ 2,98, em São Bernardo (MA) e Canto do Buriti (PI). O mais barato, em Estaca Zero (PI), a R$ 2,49.

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